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Muito além da energia: a transformação que está redefinindo o mercado empresarial

Publicado em 23 Maio 2025

A transição energética tem sido frequentemente tratada como um tema exclusivo do setor elétrico, associado à substituição de fontes fósseis por renováveis. No entanto, essa é apenas a superfície de uma transformação muito mais abrangente. Trata-se de um movimento estrutural que impacta diretamente a forma como empresas de diversos segmentos — da construção civil à agroindústria, passando pelo setor financeiro — operam, investem e se posicionam no mercado. Para o setor empresarial, entender e acompanhar essa transição deixou de ser uma escolha estratégica e passou a ser uma necessidade competitiva. Neste artigo, mostramos como a transição energética está redesenhando os modelos de negócios em diferentes setores da economia — e porque ela deve estar no radar de qualquer empresa que pretende prosperar nos próximos anos.

1. Transporte e mobilidade

Um dos setores mais impactados pela transição energética é o de transportes. Veículos movidos a combustíveis fósseis estão gradualmente sendo substituídos por alternativas mais limpas, como os veículos elétricos, híbridos e movidos a biocombustíveis. Além disso, há um avanço significativo na infraestrutura urbana voltada à mobilidade sustentável, como ciclovias e transporte público elétrico. Redes de estação de recarga também auxiliarão na transição para veículos elétricos em grande escala. Tudo isso contribui diretamente para a redução das emissões de gases do efeito estufa.

2. Construção civil

A transição energética também tem transformado o setor da construção civil. Novos empreendimentos são projetados com foco em eficiência energética, utilizando tecnologias como isolamento térmico, reaproveitamento de água e painéis solares. Prédios residenciais e comerciais deixam de ser apenas consumidores de energia e passam a ser também geradores, integrando-se ao conceito de edifícios inteligentes e autossuficientes. O setor da construção civil foi considerado extremamente poluente durante anos e tenta se desvincular dessa imagem. De acordo com levantamento do Relatório de Situação Global para Edifício e Construção, 40% das emissões globais de gás são referentes à área.

3. Agricultura

A transição energética também chega ao setor rural. A agricultura está começando a adotar práticas mais sustentáveis, como o uso de energia solar em sistemas de irrigação, o aproveitamento de resíduos para produção de biogás e a utilização de máquinas agrícolas elétricas ou híbridas. Essas mudanças reduzem o impacto ambiental da produção de alimentos e integram o setor rural à agenda climática global.

4. Finanças e economia

O setor financeiro desempenha papel essencial no progresso da transição energética. Bancos, fundos de investimento e organizações multilaterais têm direcionado recursos para projetos de energia limpa, infraestrutura sustentável e tecnologias de baixo carbono. Além disso, critérios ambientais, sociais e de governança passaram a orientar decisões de crédito e investimento, incentivando empresas de todos os setores a adotarem práticas mais sustentáveis. No Brasil, existem algumas empresas que contribuem para a geração de eletricidade a partir do uso de energias renováveis. Entre elas: Banco do Brasil, Braskem, filiais do Google, Ambev e muitas outras.

5. Acordos internacionais

A transição energética é também uma agenda geopolítica. Ela exige cooperação entre países, inovação tecnológica, financiamento internacional e compromisso com metas de longo prazo. Países que liderarem essa transformação terão vantagens competitivas, enquanto os que resistirem poderão enfrentar isolamento econômico e atraso tecnológico. Além disso, governos vêm negociando acordos de facilitação de comércio em áreas estratégicas para a transição energética, como minerais críticos. Outros colocam restrições de investimento estrangeiro ou de exportação em equipamentos necessários para a pauta, como painéis solares e tecnologias de energia renovável.

Segurança jurídica na transição energética

A transição energética não é apenas uma pauta ambiental ou restrita ao setor de geração elétrica — é uma mudança sistêmica que atravessa fronteiras setoriais, impactando cadeias produtivas, acesso a financiamento, exigências regulatórias e padrões de consumo. Empresas que antecipam essa transformação estão conquistando novas oportunidades de mercado, enquanto outras correm o risco de se tornarem obsoletas. Nesse contexto, o papel de uma assessoria jurídica especializada é estratégico: ajudar empresas a navegar com segurança pelas novas regulamentações, estruturar investimentos sustentáveis, aproveitar incentivos e alinhar-se às exigências de mercado e governança. O futuro da energia é, também, o futuro dos negócios — e estar juridicamente preparado é parte essencial desse caminho.

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